Consulta Índice Analítico






Catecismo - Consulta Índice Analítico






Artigo 9 - «Creio na Santa Igreja Católica»

Parágrafo 3 - A Igreja É Una, Santa, Católica e Apostólica

I. A Igreja é una

A CAMINHO DA UNIDADE

820. A unidade, «Cristo a concedeu à sua Igreja desde o princípio. Nós cremos que ela subsiste, sem possibilidade de ser perdida, na Igreja Católica, e esperamos que cresça de dia para dia até à consumação dos séculos» (). Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade. Mas a Igreja deve orar e trabalhar constantemente para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela. Foi por esta intenção que Jesus orou na hora da sua paixão e não cessa de orar ao Pai pela unidade dos seus discípulos: «...Que todos sejam um. Como Tu, ó Pai, és um em Mim e Eu em Ti, assim também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17, 21). O desejo de recuperar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito Santo ().



822. A preocupação com realizar a união «diz respeito a toda a Igreja, fiéis e pastores» (). Mas também se deve «ter consciência de que este projecto sagrado da reconciliação de todos os cristãos na unidade duma só e única Igreja de Cristo, ultrapassa as forças e capacidades humanas». Por isso, pomos toda a nossa esperança «na oração de Cristo pela Igreja, no amor do Pai para connosco e no poder do Espírito Santo» ().



II. A Igreja é santa

823. «A Igreja é [...], aos olhos da fé, indefectivelmente santa. Com efeito, Cristo, Filho de Deus, que é proclamado «o único Santo», com o Pai e o Espírito, amou a Igreja como sua esposa, entregou-Se por ela para a santificar, uniu-a a Si como seu Corpo e cumulou-a com o dom do Espírito Santo para glória de Deus» (). A Igreja é, pois, «o povo santo de Deus» (), e os seus membros são chamados «santos» ().



824. A Igreja, unida a Cristo, é santificada por Ele. Por Ele e n'Ele toma-se também santificante. «Todas as obras da Igreja tendem, como seu fim, () para a santificação dos homens em Cristo e para a glorificação de Deus». É na Igreja que se encontra «a plenitude dos meios de salvação» (). É nela que «nós adquirimos a santidade pela graça de Deus» ().



III. A Igreja é católica

QUE QUER DIZER «CATÓLICA»?

830. A palavra «católico» significa «universal» no sentido de «segundo a totalidade» ou «segundo a integridade». A Igreja é católica num duplo sentido:

É católica porque Cristo está presente nela: «onde está Jesus Cristo, aí está a Igreja Católica» (). Nela subsiste a plenitude do Corpo de Cristo unido à sua Cabeça (), o que implica que ela receba d'Ele a «plenitude dos meios de salvação» () que Ele quis: confissão de fé recta e completa, vida sacramental integral e ministério ordenado na sucessão apostólica. Neste sentido fundamental, a Igreja era católica no dia de Pentecostes () e sê-lo-á sempre até ao dia da Parusia.



QUEM PERTENCE À IGREJA CATÓLICA?

837. «Estão plenamente incorporados na sociedade que é a Igreja aqueles que, tendo o Espírito de Cristo, aceitam toda a sua organização e todos os meios de salvação nela instituídos, e que, além disso, pelos laços da profissão de fé, dos sacramentos, do governo eclesiástico e da comunhão, estão unidos no todo visível da Igreja, com Cristo que a dirige por meio do Sumo Pontífice e dos bispos. Mas a incorporação não garante a salvação àquele que, por não perseverar na caridade, está no seio da Igreja «de corpo» mas não «de coração» ().



IV. A Igreja é apostólica

Resumindo:

869. A Igreja é apostólica: está edificada sobre alicerces duradouros, que são «os Doze apóstolos do Cordeiro» (); é indestrutível (); é infalivelmente mantida na verdade: Cristo é quem a governa por meio de Pedro e dos outros apóstolos, presentes nos seus sucessores, o Papa e o colégio dos bispos.






1076. No dia do Pentecostes, pela efusão do Espírito Santo, a Igreja foi manifestada ao mundo(). O dom do Espírito inaugura um tempo novo na «dispensação do mistério»: o tempo da Igreja, durante o qual Cristo manifesta, torna presente e comunica a sua obra de salvação pela liturgia da sua Igreja, «até que Ele venha» (1 Cor 11, 26). Durante este tempo da Igreja, Cristo vive e age, agora na sua Igreja e com ela, de um modo novo, próprio deste tempo novo. Age pelos sacramentos e é a isso que a Tradição comum do Oriente e do Ocidente chama «economia sacramental». Esta consiste na comunicação (ou «dispensação») dos frutos do mistério pascal de Cristo na celebração da liturgia «sacramental» da Igreja.

É por isso que importa, antes de mais, pôr em relevo esta «dispensação sacramental» (Capítulo primeiro). Assim, aparecerão mais claramente a natureza e os aspectos essenciais da celebração litúrgica (Capítulo segundo).





Artigo 6 - O Sacramento da Ordem

II. O sacramento da Ordem na economia da salvação

DUAS PARTICIPAÇÕES NO SACERDÓCIO ÚNICO DE CRISTO

1547. O sacerdócio ministerial ou hierárquico dos bispos e dos presbíteros e o sacerdócio comum de todos os fiéis - embora «um e outro, cada qual segundo o seu modo próprio, participem do único sacerdócio de Cristo» () - são, no entanto, essencialmente diferentes ainda que sendo «ordenados um para o outro» (). Em que sentido? Enquanto o sacerdócio comum dos fiéis se realiza no desenvolvimento da vida baptismal - vida de fé, esperança e caridade, vida segundo o Espírito - o sacerdócio ministerial está ao serviço do sacerdócio comum, ordena-se ao desenvolvimento da graça baptismal de todos os cristãos. É um dos meios pelos quais Cristo não cessa de construir e guiar a sua igreja. E é por isso que é transmitido por um sacramento próprio, que é o sacramento da Ordem.