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Quarta Parte - A Oração Cristã
Primeira Secção - A Oração na Vida Cristã
Capítulo Primeiro - A Revelação da Oração
Artigo 2 - Na Plenitude do Tempo
JESUS ORA
2599. O Filho de Deus, feito Filho da Virgem, aprendeu a orar segundo o seu coração de
homem. Aprendeu as fórmulas de oração com a sua Mãe, que conservava e meditava
no seu coração todas as «maravilhas» feitas pelo Omnipotente (
2600. O Evangelho segundo São Lucas sublinha a acção do Espírito Santo e o sentido da oração no ministério de Cristo. Jesus ora antes dos momentos decisivos da sua missão: antes de o Pai dar testemunho d'Ele aquando do seu baptismo (
2601. «Estando um dia Jesus em oração em certo lugar, quando acabou disse-Lhe um dos seus discípulos: Senhor, ensina-nos a orar» (Lc 11, 1). Não é, porventura, ao contemplar primeiro o seu Mestre em oração, que o discípulo de Cristo sente o desejo de orar? Pode então aprendê-la com o mestre da oração. É contemplando e escutando o Filho que os filhos aprendem a orar ao Pai.
2602. Jesus retira-Se muitas vezes sozinho para a solidão, no cimo da montanha, preferentemente de noite, a fim de orar (
2603. Os evangelistas retiveram duas orações mais explícitas de Cristo durante o
seu ministério. E ambas começam por uma acção de graças. Na primeira (
2604. A segunda oração é referida por São João (
A oração «sacerdotal» de Jesus (
2605. Quando chegou a Hora em que cumpriu o desígnio de amor do Pai, Jesus deixa entrever a profundidade insondável da sua oração filial, não só antes de livremente Se entregar («Abbá... não se faça a minha vontade, mas a tua»: Lc 23, 42), mas até nas suas últimas palavras já na cruz, onde orar e dar-Se coincidem: «Perdoa-lhes, ó Pai, pois não sabem o que fazem» (Lc 23, 34); «em verdade te digo: hoje estarás comigo no paraíso» (Lc 23, 43); «Mulher, eis aí o teu filho» [...] «eis aí a tua mãe» (Jo 19, 26-27); «tenho sede!» (Jo 19, 28); «meu Deus, por que Me abandonaste?» (Mc 15, 34) (
2606. Todas as desolações da humanidade de todos os tempos, escrava do pecado e da morte, todas as súplicas e intercessões da história da salvação estão reunidas neste brado do Verbo encarnado. E eis que o Pai as acolhe e as atende, para além de toda a esperança, ao ressuscitar o seu Filho. Assim se cumpre e se consuma o drama da oração na economia da criação e da salvação. Dele nos dá o Saltério a chave em Cristo. É no «hoje» da ressurreição que o Pai diz: «Tu és meu Filho, Eu hoje Te gerei. Pede-Me, e Te darei as nações por herança e os confins da terra para teu domínio!» (Sl 2, 7-8) (
A Epístola aos Hebreus exprime em termos dramáticos como é que a oração de Jesus realiza a vitória da salvação: «Nos dias da sua vida mortal, Cristo dirigiu preces e súplicas, com um forte brado e com lágrimas, Aquele que O podia livrar da morte e, por causa da sua piedade, foi atendido. Apesar de ser Filho, aprendeu, de quanto sofreu, o que é obedecer. E quando atingiu a sua plenitude, tornou-Se, para todos aqueles que Lhe obedecem, causa de salvação eterna» (Heb 5, 7-9).
Capítulo Terceiro - A Vida de Oração
Artigo 1 - As Expressões da Oração
I. A oração vocal2701. A oração vocal é um elemento indispensável da vida cristã. Aos discípulos, atraídos pela oração silenciosa do seu mestre, este ensina-lhes uma oração vocal: o «Pai-nosso». Jesus não rezou apenas as orações litúrgicas da sinagoga: os evangelhos mostram-no-Lo a elevar a voz para exprimir a sua oração pessoal, desde a bênção exultante do Pai (
Artigo 2 - O Combate da Oração
III. A confiança filialCOMO É QUE A NOSSA ORAÇÃO SERIA EFICAZ?
2741. Jesus também ora por nós, em nosso lugar e em nosso favor. Todos os nossos pedidos foram reunidos, de uma vez por todas, no seu brado sobre a cruz e atendidos pelo Pai na sua ressurreição; e é por isso que Ele não cessa de interceder por nós junto do Pai (