Primeira Secção - A Vocação do Homem: A Vida no Espírito
Capítulo Primeiro - A Dignidade da Pessoa Humana
Artigo 7 - As Virtudes
I. As virtudes humanas
DISTINÇÃO DAS VIRTUDES CARDEAIS
1806. A prudência é a virtude que dispõe a razão prática para discernir, em qualquer circunstância,
o nosso verdadeiro bem e para escolher os justos meios de o atingir. «O homem
prudente vigia os seus passos» (Pr 14, 15). «Sede ponderados e comedidos, para poderdes orar» (1 Pe 4, 7). A prudência é a «recta norma da acção», escreve São Tomás
(62) seguindo
Aristóteles. Não se confunde, nem com a timidez ou o medo, nem com a duplicidade
ou dissimulação. É chamada «auriga virtutum - condutor das virtudes», porque guia as outras virtudes, indicando-lhes a regra e
a medida. É a prudência que guia imediatamente o juízo da consciência. O homem prudente
decide e ordena a sua conduta segundo este juízo. Graças a esta virtude, aplicamos sem
erro os princípios morais aos casos particulares e ultrapassamos as dúvidas sobre o bem a fazer e o
mal a evitar.