Capítulo Segundo - «Amarás o Teu Próximo Como a Ti Mesmo»
Artigo 10 - O Décimo Mandamento
III. A pobreza de coração
2546. «Bem-aventurados os pobres em espírito» (Mt 5, 3). As bem-aventuranças revelam uma ordem de felicidade e de graça, de beleza e de paz. Jesus celebra a alegria dos pobres, aos quais o Reino pertence desde já (285):
«O Verbo chama "pobreza em espírito" à humildade voluntária do espírito humano e à sua renúncia; e o Apóstolo dá-nos como exemplo a pobreza de Deus, quando diz: «Ele fez-Se pobre por nós (2 Cor 8, 9)» (286).
2547. O Senhor lamenta-Se dos ricos, porque eles encontram a sua consolação na
abundância de bens (287). «O orgulhoso procura o poder terreno, ao passo que o pobre em espírito procura o
Reino dos céus» (288). O abandono à providência do Pai do céu liberta da preocupação pelo amanhã. A
confiança em Deus dispõe para a bem-aventurança dos pobres (289). Eles
verão a Deus.
Quarta Parte - A Oração Cristã
Primeira Secção - A Oração na Vida Cristã
Capítulo Primeiro - A Revelação da Oração
Artigo 2 - Na Plenitude do Tempo
JESUS ORA
2603. Os evangelistas retiveram duas orações mais explícitas de Cristo durante o
seu ministério. E ambas começam por uma acção de graças. Na primeira (51), Jesus louva o Pai, reconhece-O e bendi-Lo por ter escondido os mistérios do
Reino aos que se julgavam sábios e os ter revelado aos «pequeninos» (os pobres das bem-aventuranças). O seu estremecimento - «Sim
Pai!» - revela o íntimo do seu coração, a sua adesão ao «beneplácito» do Pai,
como um eco do «Fiat» da sua Mãe aquando da sua concepção e como prelúdio do que Ele próprio dirá ao
Pai na sua agonia. Toda a oração de Jesus está nesta adesão amorosa do seu coração
de homem ao «mistério da vontade» do Pai (52).
Capítulo Segundo - A Tradição da Oração
Artigo 1 - Nas Fontes da Oração
«HOJE»
2660. Orar nos acontecimentos de cada dia e de cada instante é um dos segredos do Reino, revelados aos «pequeninos», aos servos de Cristo, aos pobres das bem-aventuranças. É justo e bom orar para que a vinda do Reino da justiça e da paz influencie a marcha da história; mas também é importante levedar pela oração a massa das humildes situações quotidianas. Todas as formas de oração podem ser esse fermento a que o Senhor compara o Reino (9).
Segunda Secção - A Oração do Senhor: «Pai Nosso»
Artigo 3 - As Sete Petições
IV. «O pão nosso de cada dia nos dai hoje»
2833. Trata-se do «nosso» pão, de «um» para «muitos». A pobreza das bem-aventuranças é a virtude da partilha. Ela convida a comunicar e a partilhar os bens materiais e espirituais, não por coacção, mas por amor, para que a abundância de uns remedeie às necessidades dos outros (103).