Consulta Índice Analítico






Catecismo - Consulta Índice Analítico






Artigo 9 - «Creio na Santa Igreja Católica»

Parágrafo 2 - A Igreja - Povo de Deus, Corpo de Cristo, Templo do Espírito Santo

II. A Igreja - Corpo de Cristo

«UM SÓ CORPO»

791. Mas a unidade do Corpo não anula a diversidade dos membros: «Na edificação do Corpo de Cristo existe diversidade de membros e funções. É o mesmo Espírito que distribui os seus vários dons, segundo a sua riqueza e as necessidades dos ministérios para utilidade da Igreja» (). A unidade do Corpo Místico produz e estimula a caridade entre os fiéis: «Daí que, se algum membro padece, todos os membros sofrem juntamente; e se algum membro recebe honras, todos se alegram» (). Em suma, a unidade do Corpo Místico triunfa sobre todas as divisões humanas: «Todos vós que fostes baptizados em Cristo, fostes revestidos de Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo nem livre, não há homem nem mulher; porque todos vós sois um só, em Cristo Jesus» (Gl 3, 27-28).



Parágrafo 3 - A Igreja É Una, Santa, Católica e Apostólica

I. A Igreja é una

«O SAGRADO MISTÉRIO DA UNIDADE DA IGREJA» (266)

813. A Igreja é una, graças à sua fonte: «O supremo modelo e princípio deste mistério é a unidade na Trindade das pessoas, dum só Deus, Pai e Filho no Espírito Santo» (). A Igreja é una graças ao seu fundador: «O próprio Filho encarnado [...] reconciliou todos os homens com Deus pela sua Cruz, restabelecendo a unidade de todos num só povo e num só Corpo» (). A Igreja é una graças à sua «alma»: «O Espírito Santo que habita nos crentes e que enche e rege toda a Igreja, realiza esta admirável comunhão dos fiéis e une-os todos tão intimamente em Cristo que é o princípio da unidade da Igreja» (). Pertence, pois, à própria essência da Igreja que ela seja una:

«Que admirável mistério! Há um só Pai do universo, um só Logos do universo e também um só Espírito Santo, idêntico em toda a parte; e há também uma só mãe Virgem, à qual me apraz chamar Igreja» ().



814. Desde a origem, no entanto, esta Igreja apresenta-se com uma grande diversidade, proveniente ao mesmo tempo da variedade dos dons de Deus e da multiplicidade das pessoas que os recebem. Na unidade do povo de Deus, juntam-se as diversidades dos povos e das culturas. Entre os membros da Igreja existe uma diversidade de dons, de cargos, de condições e de modos de vida. «No seio da comunhão da Igreja existem legitimamente Igrejas particulares, que gozam das suas tradições próprias» (). A grande riqueza desta diversidade não se opõe à unidade da Igreja. No entanto, o pecado e o peso das suas consequências ameaçam constantemente o dom da unidade. Também o Apóstolo se viu na necessidade de exortar a que se guardasse «a unidade do Espírito pelo vínculo da paz» (Ef 4, 3).



815. Quais são os vínculos da unidade? «Acima de tudo, a caridade, que é o vínculo da perfeição» (Cl 3, 14). Mas a unidade da Igreja peregrina é assegurada também por laços visíveis de comunhão:

- a profissão duma só fé, recebida dos Apóstolos;
- a celebração comum do culto divino, sobretudo dos sacramentos;
- a sucessão apostólica pelo sacramento da Ordem, que mantém a concórdia fraterna da família de Deus ().



816. «A única Igreja de Cristo [...] é aquela que o nosso Salvador, depois da ressurreição, entregou a Pedro, com o encargo de a apascentar, confiando também a ele e aos outros apóstolos a sua difusão e governo [...]. Esta Igreja, constituída e organizada neste mundo como uma sociedade, subsiste (subsistit in) na Igreja Católica, governada pelo sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele» ().

O decreto do II Concílio do Vaticano sobre o Ecumenismo explicita: «Com efeito, só pela Igreja Católica de Cristo, que é "meio geral de salvação", é que se pode obter toda a plenitude dos meios de salvação. Na verdade, foi apenas ao colégio apostólico, de que Pedro é o chefe, que, segundo a nossa fé, o Senhor confiou todas as riquezas da nova Aliança, a fim de constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que sejam plenamente incorporados todos os que, de certo modo, pertencem já ao povo de Deus» ().



817. De facto, «nesta Igreja de Deus una e única, já desde os primórdios surgiram algumas cisões, que o Apóstolo censura asperamente como condenáveis. Nos séculos posteriores, porém, surgiram dissensões mais amplas. Importantes comunidades separaram-se da plena comunhão da Igreja Católica, às vezes por culpa dos homens duma e doutra parte» (). As rupturas que ferem a unidade do Corpo de Cristo (a saber: a heresia, a apostasia e o cisma) () devem-se aos pecados dos homens:

«Ubi peccata, ibi est multitudo, ibi schismata, ibi haereses, ibi discussiones. Ubi autem virtus, ibi singularitas, ibi unio, ex quo omnium credentium erat cor unum et anima una - Onde há pecados, aí se encontra a multiplicidade, o cisma, a heresia, o conflito. Mas onde há virtude, aí se encontra a unicidade e aquela união que faz com que todos os crentes tenham um só coração e uma só alma» ().



818. Os que hoje nascem em comunidades provenientes de tais rupturas, «e que vivem a fé de Cristo, não podem ser acusados do pecado da divisão. A Igreja Católica abraça-os com respeito e caridade fraterna [...]. Justificados pela fé recebida no Baptismo, incorporados em Cristo, é a justo título que se honram com o nome de cristãos e os filhos da Igreja Católica reconhecem-nos legitimamente como irmãos no Senhor» ().



819. Além disso, existem fora das fronteiras visíveis da Igreja Católica, «muitos elementos de santificação e de verdade» (): «a Palavra de Deus escrita, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade, outros dons interiores do Espírito Santo e outros elementos visíveis» (). O Espírito de Cristo serve-Se destas Igrejas e comunidades eclesiais como meios de salvação, cuja força vem da plenitude da graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica. Todos estes bens provêm de Cristo e a Ele conduzem () e por si mesmos reclamam «a unidade católica» ().



A CAMINHO DA UNIDADE

820. A unidade, «Cristo a concedeu à sua Igreja desde o princípio. Nós cremos que ela subsiste, sem possibilidade de ser perdida, na Igreja Católica, e esperamos que cresça de dia para dia até à consumação dos séculos» (). Cristo dá sempre à sua Igreja o dom da unidade. Mas a Igreja deve orar e trabalhar constantemente para manter, reforçar e aperfeiçoar a unidade que Cristo quer para ela. Foi por esta intenção que Jesus orou na hora da sua paixão e não cessa de orar ao Pai pela unidade dos seus discípulos: «...Que todos sejam um. Como Tu, ó Pai, és um em Mim e Eu em Ti, assim também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste» (Jo 17, 21). O desejo de recuperar a unidade de todos os cristãos é um dom de Cristo e um apelo do Espírito Santo ().



821. Para lhe corresponder de modo adequado, exige-se:

- uma renovação permanente da Igreja, numa maior fidelidade à sua vocação. Essa renovação é a força do movimento a favor da unidade ();
- a conversão do coração, «com o fim levar uma vida mais pura segundo o Evangelho» (), pois o que causa as divisões é a infidelidade dos membros ao dom de Cristo;
- a oração em comum, porque «a conversão do coração e a santidade de vida. unidas às orações, públicas e privadas, pela unidade dos cristãos, devem ser tidas como a alma de todo o movimento ecuménico, e com razão podem chamar-se ecumenismo espiritual» ();
- o mútuo conhecimento fraterno ();
- a formação ecuménica dos fiéis, e especialmente dos sacerdotes ();
- o diálogo entre os teólogos, e os encontros entre os cristãos das diferentes Igrejas e comunidades ();
- a colaboração entre cristãos nos diversos domínios do serviço dos homens »().



822. A preocupação com realizar a união «diz respeito a toda a Igreja, fiéis e pastores» (). Mas também se deve «ter consciência de que este projecto sagrado da reconciliação de todos os cristãos na unidade duma só e única Igreja de Cristo, ultrapassa as forças e capacidades humanas». Por isso, pomos toda a nossa esperança «na oração de Cristo pela Igreja, no amor do Pai para connosco e no poder do Espírito Santo» ().






Artigo 3 - O Sacramento da Eucaristia

VI. O banquete pascal

OS FRUTOS DA COMUNHÃO

1396. A unidade do corpo Místico: a Eucaristia faz a Igreja. Os que recebem a Eucaristia ficam mais estreitamente unidos a Cristo. Por isso mesmo, Cristo une todos os fiéis num só corpo: a Igreja. A Comunhão renova, fortalece e aprofunda esta incorporação na Igreja já realizada pelo Baptismo. No Baptismo fomos chamados a formar um só corpo (). A Eucaristia realiza esta vocação: «O cálice da bênção que abençoamos, não é comunhão com o sangue de Cristo? O pão que partimos não é comunhão com o corpo de Cristo? Uma vez que há um único pão, nós, embora muitos, somos um só corpo, porque participamos desse único pão» (1 Cor 10, 16-17):

«Se sois o corpo de Cristo e seus membros, é o vosso sacramento que está colocado sobre a mesa do Senhor, é o vosso sacramento que recebeis. Vós respondeis «Ámen» [«Sim, é verdade!»] àquilo que recebeis e, ao responder, o subscreveis. Tu ouves esta palavra: «O corpo de Cristo»; e respondes: «Ámen», Então, sê um membro de Cristo, para que o teu «Ámen» seja verdadeiro» ().



VII. A Eucaristia - «Penhor da futura glória»

Resumindo:

1416. A sagrada Comunhão do corpo e sangue de Cristo aumenta a união do comungante com o Senhor perdoa-lhe os pecados veniais e preserva-o dos pecados graves. E uma vez que os laços da caridade entre o comungante e Cristo são reforçados, a recepção deste sacramento reforça a unidade da Igreja, corpo Místico de Cristo.