Consulta Índice Litúrgico






Catecismo - Consulta Índice Litúrgico






Artigo 1 - Eu Creio

I. A «obediência da fé»

ABRAÃO - «O PAI DE TODOS OS CRENTES»

145. A Epístola aos Hebreus, no grande elogio que faz da fé dos antepassados, insiste particularmente na fé de Abraão: «Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento de Deus, e partiu para uma terra que viria a receber como herança: partiu, sem saber para onde ia» (Heb 11, 8) (). Pela fé, viveu como estrangeiro e peregrino na terra prometida (). Pela fé, Sara recebeu a graça de conceber o filho da promessa. Pela fé, finalmente, Abraão ofereceu em sacrifício o seu filho único ().



146. Abraão realiza assim a definição da fé dada pela Epístola aos Hebreus: «A fé constitui a garantia dos bens que se esperam, e a prova de que existem as coisas que não se vêem» (Heb 11, 1). «Abraão acreditou em Deus, e isto foi-lhe atribuído como justiça» (Rm 4, 3) (). «Fortalecido» por esta fé (Rm 4, 20), Abraão tornou-se «o pai de todos os crentes» (Rm 4, 11. 18) ().





Artigo 3 - «Jesus Cristo Foi Concebido Pelo Poder do Espírito Santo e Nasceu da Virgem Maria»

Parágrafo 3 - Os Mistérios da Vida de Cristo

III. Os mistérios da vida pública de Jesus

UM ANTEGOZO DO REINO: A TRANSFIGURAÇÃO

554. A partir do dia em que Pedro confessou que Jesus era o Cristo, Filho do Deus vivo, o Mestre «começou a explicar aos seus discípulos que tinha de ir a Jerusalém e lá sofrer [...], que tinha de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia» (Mt 16, 21). Pedro rejeita este anúncio e os outros também não o entendem (). É neste contexto que se situa o episódio misterioso da transfiguração de Jesus (), no cimo duma alta montanha, perante três testemunhas por Ele escolhidas: Pedro, Tiago e João. O rosto e as vestes de Jesus tornaram-se fulgurantes de luz, Moisés e Elias aparecem, «e falam da sua morte, que ia consumar-se em Jerusalém» (Lc 9, 31). Uma nuvem envolve-os e uma voz do céu diz: «Este é o meu Filho predilecto: escutai-O» (Lc 9, 35).



555. Por um momento, Jesus mostra a sua glória divina, confirmando assim a confissão de Pedro. Mostra também que, para «entrar na sua glória» (Lc 24, 26), tem de passar pela cruz em Jerusalém. Moisés e Elias tinham visto a glória de Deus sobre a montanha; a Lei e os Profetas tinham anunciado os sofrimentos do Messias (). A paixão de Jesus é da vontade do Pai: o Filho age como Servo de Deus (). A nuvem indica a presença do Espírito Santo: «Tota Trinitas apparuit: Pater in voce; Filius in homine; Spiritus in nube clara - Apareceu toda a Trindade: o Pai na voz; o Filho na humanidade; o Espírito Santo na nuvem luminosa» ():

«Transfiguraste-Te sobre a montanha e, na medida em que disso eram capazes, os teus discípulos contemplaram a tua glória, ó Cristo Deus; para que, quando Te vissem crucificado, compreendessem que a tua paixão era voluntária, e anunciassem ao mundo que Tu és verdadeiramente a irradiação do Pai» ().



556. No limiar da vida pública, o baptismo; no limiar da Páscoa, a transfiguração. Pelo baptismo de Jesus «declaratum fuit mysterium primae regenerationis - foi declarado o mistério da (nossa) primeira regeneração» - o nosso Baptismo; e a transfiguração «est sacramentum secundae regenerationis - é o sacramento da (nossa) segunda regeneração» - a nossa própria ressurreição (). Desde agora, nós participamos na ressurreição do Senhor pelo Espírito Santo que actua nos sacramentos do Corpo de Cristo. A transfiguração dá-nos um antegozo da vinda gloriosa de Cristo, «que transfigurará o nosso corpo miserável para o conformar com o seu corpo glorioso» (Fl 3, 21). Mas lembra-nos também que temos de passar por muitas tribulações para entrar no Reino de Deus» (Act 14, 22):

«Era isso que Pedro ainda não tinha compreendido, quando manifestava o desejo de ficar com Cristo no cimo da montanha (). - Isso, Ele to reservou, Pedro, para depois da morte. Mas agora, Ele próprio te diz: Desce para sofrer na Terra, para servir na Terra, para ser desprezado e crucificado na Terra. A Vida desce para se fazer matar: o Pão desce para passar fome; o Caminho desce para se cansar de andar; a Fonte desce para ter sede; - e tu recusas-te a sofrer?» ().



Resumindo:

568. A transfiguração de Cristo tem por fim fortalecer a fé dos Apóstolos em vista da paixão: a subida à «alta montanha» prepara a subida ao Calvário. Cristo, cabeça da Igreja, manifesta o que o seu Corpo contém e irradia nos sacramentos: «a esperança da Glória» (Cl 1, 27) ().




Artigo 8 - «Creio No Espírito Santo»

III. O Espírito e a Palavra de Deus, no tempo das promessas

O ESPÍRITO DA PROMESSA

706. Contra toda a esperança humana, Deus promete a Abraão uma descendência, como fruto da fé e do poder do Espírito Santo (). Nessa descendência serão abençoadas todas as nações da terra (). Essa descendência será o Cristo () no qual a efusão do Espírito Santo fará «a unidade dos filhos de Deus dispersos» (). Comprometendo-Se por juramento (), Deus obriga-Se, desde logo, ao dom do seu Filho muito-amado () e ao dom do «Espírito Santo prometido, que constitui o título de garantia da nossa herança para a redenção do povo que Deus adquiriu para Si mesmo» ().






Artigo 2 - Graça e Justificação

IV. A santidade cristã

2012. «Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam [...]. Porque os que Ele de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem do seu Filho, para que Ele seja o Primogénito de muitos irmãos. E aqueles que predestinou, também os chamou; e aqueles que chamou, também os justificou; e aqueles que justificou, também os glorificou» (Rm 8, 28-30).



2013. «Os cristãos, de qualquer estado ou ordem, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» (). Todos são chamados à santidade: «Sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito» (Mt 5, 48):

«Para alcançar esta perfeição, empreguem os fiéis as forças recebidas segundo a medida em que Cristo as dá, a fim de que [...] obedecendo em tudo à vontade do Pai, se consagrem com toda a alma à glória do Senhor e ao serviço do próximo. Assim crescerá em frutos abundantes a santidade do povo de Deus, como patentemente se manifesta na história da Igreja, com a vida de tantos santos» ().



2014. O progresso espiritual tende para a união cada vez mais íntima com Cristo. Esta união chama-se «mística», porque participa no mistério de Cristo pelos sacramentos - «os santos mistérios» - e, n'Ele, no mistério da Santíssima Trindade. Deus chama-nos todos a esta íntima união com Ele, mesmo que graças especiais ou sinais extraordinários desta vida mística somente a alguns sejam concedidos, para manifestar o dom gratuito feito a todos.



2015. O caminho desta perfeição passa pela cruz. Não há santidade sem renúncia e combate espiritual (). O progresso espiritual implica a ascese e a mortificação, que conduzem gradualmente a viver na paz e na alegria das bem-aventuranças:

«Aquele que sobe, nunca mais pára de ir de princípio em princípio, por princípios que não têm fim. Aquele que sobe nunca mais deixa de desejar aquilo que já conhece» ().



2016. Os filhos da santa Igreja, nossa Mãe, esperam justamente a graça da perseverança final e a recompensa de Deus seu Pai pelas boas obras realizadas com a sua graça, em comunhão com Jesus (). Guardando a mesma regra de vida, os crentes partilham a «bem-aventurada esperança» dos que a misericórdia divina reúne na «Cidade santa, a nova Jerusalém, que desce do céu, como noiva adornada para o seu Esposo» (Ap 21, 2).



Resumindo:

2028. «Todos os cristãos [...] são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade» (). «A perfeição cristã só tem um limite: o de não ter nenhum» ().






Artigo 1 - No Antigo Testamento

A PROMESSA E A ORAÇÃO DA FÉ

2570. Quando Deus o chama, Abraão parte «como o Senhor lhe tinha mandado» (Gn 12, 4). O seu coração está completamente «submetido à Palavra»: ele obedece. A escuta do coração que se decide em conformidade com Deus é essencial à oração; as palavras têm um valor relativo. Mas a oração de Abraão exprime-se, antes de mais, em actos: homem de silêncio, constrói, em cada etapa, um altar ao Senhor. Só mais tarde é que aparece a sua primeira oração por palavras: uma queixa velada que lembra a Deus as suas promessas que não parecem cumprir-se (). Assim nos aparece, desde o princípio, um dos aspectos do drama da oração: a prova da fé na fidelidade de Deus.



2571. Tendo acreditado em Deus () caminhando na sua presença e em aliança com Ele (), o patriarca está pronto para acolher na sua tenda o Hóspede misterioso: é a admirável hospitalidade de Mambré, prelúdio da Anunciação do verdadeiro Filho da promessa (). Desde então, tendo-lhe Deus confiado o seu desígnio, o coração de Abraão fica em sintonia com a compaixão do seu Senhor pelos homens e ousa interceder por eles com uma confiança audaciosa ().




Artigo 3 - As Sete Petições

I. «Santificado seja o vosso nome»

2813. Na água do Baptismo, nós fomos «purificados, santificados, justificados pelo nome do Senhor Jesus Cristo e pelo Espírito do nosso Deus» (1 Cor 6, 11). Em toda a nossa vida, o nosso Pai chama-nos «à santidade» (1 Ts 4, 7) e, uma vez que é por Ele que nós estamos em Cristo Jesus, «o qual Se tornou para nós [...] santidade» (1 Cor 1, 30), interessa à sua glória e à nossa vida que o seu nome seja santificado em nós e por nós. Tal é a urgência da nossa primeira petição.

«Por quem poderia Deus ser santificado se é Ele próprio quem santifica? Mas porque Ele mesmo disse: "sede santos, porque Eu sou santo" (Lv 14, 44), nós que fomos santificados no Baptismo, pedimos e rogamos para perseverar no que começámos a ser. E isso nós o pedimos todos os dias. Precisamos de uma santificação quotidiana para que, incorrendo em faltas todos os dias, todos os dias sejamos delas purificados por uma santificação assídua [...] Portanto, oramos para que esta santificação permaneça em nós» ().