Consulta Índice Litúrgico






Catecismo - Consulta Índice Litúrgico






Artigo 2 - «E em Jesus Cristo, Seu Filho Único, Nosso Senhor»

IV. Senhor

451. A oração cristã é marcada pelo título de «Senhor», quer no convite à oração: «O Senhor esteja convosco», quer na conclusão da mesma: «Por nosso Senhor Jesus Cristo», quer ainda pelo grito cheio de confiança e de esperança: «Maran atha» («O Senhor vem!») ou «Marana tha» («Vem, Senhor!») (1 Cor 16, 22): «Amen, vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 20).



Artigo 7 - «De Onde Há-De Vir a Julgar os Vivos e os Mortos»

I. «Voltará na sua glória»

CRISTO REINA, DESDE JÁ, PELA IGREJA...

668. «Cristo morreu e voltou à vida para ser Senhor dos mortos e dos vivos» (Rm 14, 9). A ascensão de Cristo aos céus significa a sua participação, na sua humanidade, no poder e autoridade do próprio Deus. Jesus Cristo é Senhor: Ele possui todo o poder nos céus e na Terra. Está «acima de todo o principado, poder, virtude e soberania», porque o Pai «tudo submeteu a seus pés»(Ef 1, 20-22). Cristo é o Senhor do cosmos () e da história, N'Ele, a história do homem, e até a criação inteira, encon­tram a sua «recapitulação» (), o seu acabamento transcendente.



669. Como Senhor, Cristo é também a cabeça da Igreja, que é o seu corpo (). Elevado ao céu e glorificado, tendo assim cumprido plenamente a sua missão, continua na terra por meio da Igreja. A redenção é a fonte da autoridade que Cristo, em virtude do Espírito Santo, exerce sobre a Igreja(). «O Reino de Cristo já está misteriosamente presente na Igreja» (), «gérmen e princípio deste mesmo Reino na Terra» ().



670. Depois da ascensão, o desígnio de Deus entrou na sua consumação. Estamos já na «última hora» (1 Jo 2, 18) (). «Já chegou pois, a nós, a plenitude dos tempos, a renovação do mundo já está irrevogavelmente adquirida e, de certo modo, encontra-se já realmente antecipada neste tempo: com efeito, ainda aqui na Terra, a Igreja está aureolada de uma verdadeira, embora imperfeita, santidade» (). O Reino de Cristo manifesta já a sua presença pelos sinais miraculosos () que acompanham o seu anúncio pela Igreja ().



...À ESPERA DE QUE TUDO LHE SEJA SUBMETIDO

671. Já presente na sua Igreja, o Reino de Cristo, contudo, ainda não está acabado «em poder e glória» (Lc 21, 27) () pela vinda do Rei à terra. Este Reino ainda é atacado pelos poderes do mal (), embora estes já tenham sido radicalmente vencidos pela Páscoa de Cristo. Até que tudo Lhe tenha sido submetido (), «enquanto não se estabelecem os novos céus e a nova terra, em que habita a justiça, a Igreja peregrina, nos seus sacramentos e nas suas instituições, que pertencem à presente ordem temporal, leva a imagem passageira deste mundo e vive no meio das criaturas que gemem e sofrem as dores do parto, esperando a manifestação dos filhos de Deus» (). Por este motivo, os cristãos oram, sobretudo na Eucaristia (), para que se apresse o regresso de Cristo (), dizendo-Lhe: «Vem, Senhor» (Ap 22, 20) ().



672. Cristo afirmou, antes da sua ascensão, que ainda não era a hora do estabelecimento glorioso do Reino messiânico esperado por Israel (),o qual devia trazer a todos os homens, segundo os profetas (),a ordem definitiva da justiça, do amor e da paz. O tempo presente é, segundo o Senhor, o tempo do Espírito e do testemunho () mas é também um tempo ainda marcado pela «desolação» () e pela provação do mal (), que não poupa a Igreja () e inaugura os combates dos últimos dias(). É um tempo de espera e de vigília ().



A VINDA GLORIOSA DE CRISTO, ESPERANÇA DE ISRAEL

673. A partir da ascensão, a vinda de Cristo na glória está iminente ()mesmo que não nos «pertença saber os tempos ou os momentos que o Pai determinou com a sua autoridade» (Act 1, 7) (). Este advento escatológico pode realizar-se a qualquer momento (),ainda que esteja «retido», ele e a provação final que o há-de preceder ().



674. A vinda do Messias glorioso está pendente, a todo o momento da história (),do seu reconhecimento por «todo o Israel» (), do qual «uma parte se endureceu» () na «incredulidade» (Rm 11, 20) em relação a Jesus. E Pedro quem diz aos judeus de Jerusalém, após o Pentecostes: «Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que os pecados vos sejam perdoados. Assim, o Senhor fará que venham os tempos de alívio e vos mandará o Messias Jesus, que de antemão vos foi destinado. O céu tem de O conservar até à altura da restauração universal, que Deus anunciou pela boca dos seus santos profetas de outrora» (Act 3, 19-21). E Paulo faz-se eco destas palavras: «Se da sua rejeição resultou a reconciliação do mundo, o que será a sua reintegração senão uma ressurreição de entre os mortos?» (Rm 11, 15). A entrada da totalidade dos judeus () na salvação messiânica, a seguir à «conversão total dos pagãos» (), dará ao povo de Deus ocasião de «realizar a plenitude de Cristo» (Ef 4, 13), na qual «Deus será tudo em todos» (1 Cor 15, 2).



A ÚLTIMA PROVA DA IGREJA

675. Antes da vinda de Cristo, a Igreja deverá passar por uma prova final, que abalará a fé de numerosos crentes (). A perseguição, que acompanha a sua peregrinação na Terra (), porá a descoberto o «mistério da iniquidade», sob a forma duma impostura religiosa, que trará aos homens uma solução aparente para os seus problemas, à custa da apostasia da verdade. A suprema impostura religiosa é a do Anticristo, isto é, dum pseudo-messianismo em que o homem se glorifica a si mesmo, substituindo-se a Deus e ao Messias Encarnado ().



676. Esta impostura anticrística já se esboça no mundo, sempre que se pretende realizar na história a esperança messiânica, que não pode consumar-se senão para além dela, através do juízo escatológico. A Igreja rejeitou esta falsificação do Reino futuro, mesmo na sua forma mitigada, sob o nome de milenarismo (), e principalmente sob a forma política dum messianismo secularizado, «intrinsecamente perverso» ().



677. A Igreja não entrará na glória do Reino senão através dessa última Páscoa, em que seguirá o Senhor na sua morte e ressurreição (). O Reino não se consumará, pois, por um triunfo histórico da Igreja () segundo um progresso ascendente, mas por uma vitória de Deus sobre o último desencadear do mal (), que fará descer do céu a sua Esposa (). O triunfo de Deus sobre a revolta do mal tomará a forma de Juízo final (), após o último abalo cósmico deste mundo passageiro ().




Artigo 9 - «Creio na Santa Igreja Católica»

Parágrafo 1 - A Igreja no Desígnio de Deus

II. Origem, fundação e missão da Igreja

A IGREJA - CONSUMADA NA GLÓRIA

769. «A Igreja [...] só na glória celeste alcançará a sua realização acabada» (), aquando do regresso glorioso de Cristo. Até esse dia, «a Igreja avança na sua peregrinação por entre as perseguições do mundo e das consolações de Deus» (). Vivendo na terra, ela tem consciência de viver no exílio, longe do Senhor () e suspira pelo advento do Reino em plenitude, pela hora em que «espera e deseja juntar-se ao seu Rei na glória» (). A consumação da Igreja - e através dela, do mundo - na glória, não se fará sem grandes provações. Só então é que «todos os justos, desde Adão, "desde o justo Abel até ao último eleito", se encontrarão reunidos na Igreja universal junto do Pai» ().



Parágrafo 3 - A Igreja É Una, Santa, Católica e Apostólica

II. A Igreja é santa

A CAMINHO DA UNIDADE

827. «Enquanto que Cristo, santo e inocente, sem mancha, não conheceu o pecado, mas veio somente expiar os pecados do povo, a Igreja, que no seu próprio seio encerra pecadores, é simultaneamente santa e chamada a purificar-se, prosseguindo constantemente no seu esforço de penitência e renovação» (). Todos os membros da Igreja, inclusive os seus ministros, devem reconhecer-se pecadores (). Em todos eles, o joio do pecado encontra-se ainda misturado com a boa semente do Evangelho até ao fim dos tempos (). A Igreja reúne, pois, em si, pecadores abrangidos pela salvação de Cristo, mas ainda a caminho da santificação:

A Igreja «é santa, não obstante compreender no seu seio pecadores, porque ela não possui em si outra vida senão a da graça: é vivendo da sua vida que os seus membros se santificam; e é subtraindo-se à sua vida que eles caem em pecado e nas desordens que impedem a irradiação da sua santidade. É por isso que ela sofre e faz penitência por estas faltas, tendo o poder de curar delas os seus filhos, pelo Sangue de Cristo e pelo dom do Espírito Santo» ().






Artigo 2 - O Mistério Pascal nos Sacramentos da Igreja

V. Os sacramentos da vida eterna

1130. A Igreja celebra o mistério do seu Senhor «até que Ele venha» e «Deus seja tudo em todos»(1 Cor 11, 26; 15, 28). Desde a era Apostólica, a liturgia é atraída para o seu termo pelo gemido do Espírito na Igreja: «Marana tha!» (1 Cor 16, 22). A liturgia participa, assim, no desejo de Jesus: «Tenho ardentemente desejado comer convosco esta Páscoa [...], até que ela se realize plenamente no Reino de Deus» (Lc 22, 15-16). Nos sacramentos de Cristo, a Igreja recebe já as arras da sua herança e já participa na vida eterna, embora «aguardando a ditosa esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo» (Tt 2, 13). «O Espírito e a esposa dizem: "Vem!" [...] «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 17.20).

São Tomás de Aquino define assim as diferentes dimensões do sinal sacramental: «Sacramentum est et signum rememorativum eius quod praecessit, scilicet passionis Christi; et demonstrativum eius quod in nobis efficitur per Christi passionem, scilicet gratiae; et prognosticum, id est, praenuntiativum futurae gloriae - O sacramento é sinal rememorativo daquilo que o precedeu, ou seja, da paixão de Cristo; e demonstrativo daquilo que em nós a paixão de Cristo realiza, ou seja, da graça; e prognóstico, quer dizer, que anuncia de antemão a glória futura»().





Artigo 3 - O Sacramento da Eucaristia

VII. A Eucaristia - «Penhor da futura glória»

OS FRUTOS DA COMUNHÃO

1403. Na última ceia, o próprio Senhor chamou a atenção dos seus discípulos para a consumação da Páscoa no Reino de Deus: «Eu vos digo que não voltarei a beber deste fruto da videira, até o dia em que beberei convosco o vinho novo no Reino do meu Pai» (Mt 26, 29) (). Sempre que a Igreja celebra a Eucaristia, lembra-se desta promessa, e o seu olhar volta-se para «Aquele que vem» (Ap 1, 4). Na sua oração, ela clama pela sua vinda: «Marana tha» (1Cor 16, 22), «Vem, Senhor Jesus!» (Ap 22, 20), «que a Tua graça venha e que este mundo passe!» ().




Artigo 4 - O Sacramento da Penitência e da Reconciliação

IV. A penitência interior

1431. A penitência interior é uma reorientação radical de toda a vida, um regresso, uma conversão a Deus de todo o nosso coração, uma rotura com o pecado, uma aversão ao mal, com repugnância pelas más acções que cometemos. Ao mesmo tempo, implica o desejo e o propósito de mudar de vida, com a esperança da misericórdia divina e a confiança na ajuda da sua graça. Esta conversão do coração é acompanhada por uma dor e uma tristeza salutares, a que os Santos Padres chamaram animi cruciatus (aflição do espírito), compunctio cordis (compunção do coração) ().






Artigo 2 - O Caminho da Oração

EM COMUNHÃO COM A SANTA MÃE DE DEUS

2677. «Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós...». Com Isabel, também nós ficamos maravilhados: «E de onde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor?» (Lc 1, 43). Porque nos dá Jesus, seu Filho, Maria é Mãe de Deus e nossa Mãe; podemos confiar-lhe todas as nossas preocupações e pedidos: Ela ora por nós como orou por si própria: «Faça-se em Mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38). Confiando-nos à sua oração, abandonamo-nos com Ela à vontade de Deus: «Seja feita a vossa vontade».

«Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte». Pedindo a Maria que rogue por nós, reconhecemo-nos pobres pecadores e recorremos à «Mãe de misericórdia», à «Santíssima». Confiamo-nos a Ela «agora», no hoje das nossas vidas. E a nossa confiança alarga-se para lhe confiar, desde agora, «a hora da nossa morte». Que Ela esteja então presente como na morte do seu Filho na cruz e que, na hora do nosso passamento, Ela nos acolha como nossa Mãe (), para nos levar ao seu Filho Jesus, no Paraíso.




Artigo 3 - As Sete Petições

II. «Venha a nós o vosso Reino»

2817. Esta petição é o «Marana Tha», o clamor do Espírito e da esposa: «Vem, Senhor Jesus!»:

«Mesmo que esta oração não nos tivesse imposto o dever de pedir a vinda deste Reino, teríamos espontaneamente soltado este grito, com pressa de irmos abraçar o objecto das nossas esperanças. As almas dos mártires, sob o altar de Deus, invocam o Senhor com grandes gritos: "Até quando, Senhor, até quando tardarás em pedir contas do nosso sangue aos habitantes da terra?" (Ap 6, 10). Eles devem, com efeito, alcançar justiça, no fim dos tempos. Apressa, portanto, Senhor, a vinda do Teu Reino!» ().



V. «Perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido»

«PERDOAI-NOS AS NOSSAS OFENSAS»...

2839. Começámos a orar ao nosso Pai com um sentimento de audaciosa confiança. Suplicando-Lhe que o seu nome seja santificado, pedimos-Lhe para sermos cada vez mais santificados. Mas, apesar de revestidos da veste baptismal, não deixámos de pecar, de nos desviar de Deus. Agora, nesta nova petição, voltamos para Ele, como o filho pródigo (), e reconhecemo-nos pecadores na sua presença, como o publicano (). A nossa petição começa por uma «confissão» na qual, ao mesmo tempo, confessamos a nossa miséria e a sua misericórdia. A nossa esperança é firme, pois que em seu Filho «nós temos a redenção, a remissão dos nossos pecados» (Cl 1, 14) (). E encontramos nos sacramentos da sua Igreja o sinal eficaz e indubitável do seu perdão ().